domingo, 19 de janeiro de 2025

Majestade em Fragmentos

Tenho a constante sensação
De carregar o peso da ascensão,
Mas na corrida, tropeço na própria ação,
Aquela que outrora desprezou ceder,
Agora suplica apoio para ascender.

Cadê o brilho que tanto busquei?
Só vejo fragmentos do que deixei.
Não é preciso tocar o fundo do abismo
Para notar que todo esse heroísmo
Poderia ser o grito de um querer,
Aquele que teima em desaparecer.

Visto a armadura de impostora,
Finjo que a coragem é duradoura,
Mas dentro, ouço o som da ruína
E sinto a essência que me desafina.

É estranho, mas aqui estou,
Com o mundo que corre por entre as mãos.
Sou majestade e poeira em explosão,
Num equilíbrio tênue de decepção,
E esperanças em combustão.

Uma hora, cansa, e se não cansa, consome.
E o que resta é a dúvida que se retome:
Será que há algo a alcançar,
Ou sigo vivendo de hesitar?


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