Numa sexta-feira, sem aviso, sem alarde,
Um anúncio tão banal quanto covarde.
“Você sabe por que do cajá?”
Sem entender, eu disse: “Sei lá.”
E com um olhar que partia o meu chão,
Você disse: “Estou indo... foi traição.”
Naquele instante, o mundo parou.
O eco do ato que me condenou.
Não foi apenas o homem que amei,
Traí meu amigo, o amor que sonhei.
Por que escolhi o vazio do momento,
Destruindo o que tínhamos em sentimento?
Por um instante, tudo se perdeu,
E pela primeira vez, isso também me doeu.
Até então, minhas falhas eram banais,
Pequenas histórias, vividas sem mais.
Mas agora o peso recai sobre mim,
Maior do que em qualquer erro sem fim.
Não foi só o marido que deixei em pedaços,
Foi o companheiro que estava em meus braços,
Aquele que sabia das minhas dores,
Que me trouxe luz entre tantos temores.
E o que você busca nesse espaço,
Nesse tempo, nesse compasso?
Será pior viver sem mim,
Ou conviver com o que fiz, enfim?
Pra mim, foi carnal, vazio, momentâneo,
Mas pra você, foi cruel e profano.
Um evento, um abismo, uma dor visceral,
Transformando nossa história em algo irreal.
Pela primeira vez, a culpa me invade,
Minha traição se veste de verdade.
Nem em meus amores que passaram,
Senti tanto pelos corações que quebraram.
Agora, são sete dias para rever nossos 7 anos,
Para contar os sorrisos que deixei profanos.
Sob o ano 9, de Iansã e Xangô,
A justiça vem para o que plantou.
Eu traí mais do que um parceiro de jornada,
Traí meu norte, minha base sagrada.
E na colheita da vida, me pergunto com dor:
Meu saldo será positivo, ou eu perdi meu amor?
Mas se ainda existe algo entre nós,
Se houver espaço pra reconstruir a sós,
Te peço: que possamos começar do zero,
Tentar de novo o que foi tão sincero.
Com as rosas que em nossas peles estão gravadas, reforço teu juramento no cartão enviado:
"Vou te amar até a última rosa murchar,"
E lutar pra que nosso amor nunca venha a acabar.
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